Carne Bovina Deve Pressionar Inflação com Mudança no Ciclo Pecuário


A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) inclui uma pressão significativa da carne bovina, devido à transição do ciclo pecuário brasileiro da fase de baixa para a de alta. Esse ciclo, que influencia a oferta e os preços da carne, é caracterizado por flutuações de mercado que afetam a produção de gado desde o nascimento até o abate.

Nos últimos dois anos, os preços da carne bovina no varejo reduziram cerca de 20%, contribuindo para a estabilidade da inflação durante a fase de baixa do ciclo. Durante esse período, houve uma liquidação prolongada de fêmeas no rebanho, o que impactou a capacidade futura de produção de bezerros e, consequentemente, de carne bovina.

Agora, com a inversão desse ciclo, especialmente impulsionada por uma demanda robusta no segundo semestre de 2024, associada a fatores como o aumento de gastos governamentais e o fundo eleitoral, espera-se uma elevação nos preços. A redução no número de matrizes disponíveis para reprodução deverá resultar em menor oferta de boi gordo, pressionando os preços da carne e, por extensão, a inflação.

A carne bovina, portanto, permanece como um elemento-chave na composição da inflação, com sua dinâmica de preços refletindo diretamente nas oscilações do IPCA.

Fonte: Adaptado de informações sobre ciclo pecuário e inflação, 19 de fevereiro de 2025.

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